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Pequim está considerando proibir as exportações de metais raros para os Estados Unidos, informou o editor-chefe da emissora estatal chinesa Global Times, alertando que pode não ser a última medida de retaliação da China com a escalada da guerra comercial.
Circulam há semanas relatórios de que a China poderá recorrer ao embargo de metais raros. Se implementada, a mudança poderia ser realmente prejudicial para Washington, já que quase não existem fontes alternativas para os metais utilizados em uma ampla gama de indústrias, desde a alta tecnologia até as forças armadas.
"Com base no que sei, a China está considerando seriamente restringir as exportações de metais raros aos EUA. A China também pode tomar outras contramedidas no futuro", twittou Hu Xijin na terça-feira.
Based on what I know, China is seriously considering restricting rare earth exports to the US. China may also take other countermeasures in the future.— Hu Xijin 胡锡进 (@HuXijin_GT) 28 de maio de 2019
Os EUA aumentaram recentemente as tarifas de US$ 200 bilhões em produtos chineses, provocando retaliações da China. Pequim aumentou suas tarifas em US$ 60 bilhões para produtos americanos. No entanto, os metais vitais de minerais raros não foram submetidos a restrições até agora.
Uma visita de rotina do presidente Xi Jinping a uma usina de minerais raros na semana passada ocorreu em meio a crescentes tensões entre os dois países e logo depois que os EUA aumentaram a pressão à gigante chinesa de tecnologia Huawei. Apesar da falta de qualquer anúncio oficial de Pequim, a visita gerou temores de que a China esteja pronta para usar os metais, especificamente a proibição de sua exportação, como uma vantagem contra os EUA.
A visita de Xi a uma das maiores usinas de processamento de metais raros enviou uma "declaração inequívoca" aos EUA, segundo o analista político independente Alessandro Bruno. O analista acredita que os metais de minerais raros, essenciais para as indústrias militar, aeroespacial e eletrônica, são "certamente armas que a China pode usar em seu arsenal de negociações comerciais contra Trump".
"A China controla de 85% a 95% de toda a produção e oferta", disse Bruno à RT. Ele ressaltou que as empresas norte-americanas são altamente dependentes de metais de minerais raros e que a proibição "pode prejudicar a indústria global, especialmente as tecnologias emergentes".
"A China tem muito mais opções do que os EUA quando se trata do jogo de xadrez de minerais raros", concluiu o analista.
Os EUA costumavam liderar a produção de minerais raros em 1990, mas a situação mudou há muito tempo. Em 2018, Pequim aumentou a mineração de minerais raros em 15.000 toneladas para 120.000 toneladas, enquanto os EUA produziram apenas 15.000 toneladas no total. A China detém 44 milhões de toneladas dos metais em suas reservas, enquanto os EUA apenas 1,4 milhão de toneladas.
28 maio, 2019 14:01 (atualizado 28 maio, 2019 14:55) RT
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