
É improvável que os EUA e a Rússia resolvam suas hostilidades em breve. A América tem uma longa tradição de fincar pé e sempre ser implacável na defesa de seus interesses, mas também em ser cuidadosa em não se enredar desnecessariamente nos conflitos dos outros. Se os Estados Unidos começarem a tratar a Rússia de Putin como a Alemanha de Hitler, ao invés de apoiar a soberania da Ucrânia e da Geórgia para encorajar esses países conduzirem políticas hostis contra Moscou e fortalecerem a posição militar da OTAN nos países bálticos, a Rússia pode sentir-se confrontada por uma ameaça existencial. Tratar Moscou como um inimigo pode muito bem resultar em uma profecia auto-realizável, desencadeando ameaças mortais aos vizinhos vulneráveis de Moscou, que de outra forma provavelmente não estariam nas cartas. O confronto com a Rússia forçaria os Estados Unidos a escolher entre abandonar ao seu destino seus países clientes da Europa Oriental e sofrer danos na sua reputação potencialmente irreparáveis ou lutar na Terceira Guerra Mundial não para defender Berlim ou Varsóvia, mas sim Mariupol ou Gori. A história não perdoará os políticos americanos se eles exporem desnecessariamente os Estados Unidos com esse tipo de escolha fatal.
Dimitri K. Simes, editor e CEO do National Interest, é presidente do Centro para o Interesse Nacional.
Traduzido por Pacto de Varsóvia.
8 de agosto de 2019 The National Interest
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